- de 08 Fev 1937 a 06 Abr 1939 e
- de 25 Jun 1951 a 06 Jul 1966.
No transcurso de sua carreira militar desempenhou a função de Ajudante de Ordem por cinco vezes.
No início da década de 1950 foi doado ao Exército, através do saudoso Cel Cancelo – por dona Sylvia Gomes, filha e herdeira do Maj João Luis Gomes, uma área de 30 ha - onde se situava a sede da Col Mil dos Dourados; à qual foi anexada, posteriormente, outra doação de 73 ha, feita pelo Sr Aryno Moreira, ex-militar do RAJ e pecuarista da região.
Cel. José Cancelo Santiago
Sra. Sylvia Gomes
Em seu túmulo há uma placa de bronze com os seguintes dizeres:
Mesmo sabendo do efetivo inimigo e da impossibilidade de resistir ou receber reforços, Antônio João não exitou, pois tinha plena certeza de que seu sacrifício era a mais eloqüente prova do direito brasileiro àquelas terras. Determinou a evacuação dos civis que habitavam a colônia - cerca de 80 pessoas - e decidiu defender aquele solo até o último sacrifício. À ordem de render-se respondeu que só o faria por determinação do Governo Imperial. Dada a resposta, travou-se o combate desigual, vindo a tombar Antônio João e seus bravos comandados, findava neste momento um feito de ousadia, coragem, disciplina militar e sacrifício pátrio.
A encenação da Epopéia teve a participação de 150 atores/figurantes e o objetivo de resgatar a memória histórica/cultural do município de Antônio João.
Dr. Dácio Queiroz da Silva – Prefeito Municipal de Antonio João-MS (07 Set 2002)
Cel Elmar de Azevedo Burity – Cmt 11º RC Mec
Ten Cel Paulo Gerson Camargo Serafini – Cmt 10º RC Mec
Cap QAO R1 Krugerson Mattos – Pesquisador histórico do 10º RC Mec
Prof. Eva L. Penzo Echeverria – Gerente Mun. de Educação
José Aldemir (Maninho) – Gerente Mun. de Obras e Serv.Urbanos
Edgar Martins Peixoto – Gerente Mun. de Desenv. Econômico
(24 Nov 1823 – 29 Dez 1864)
“TENENTE ANTÔNIO JOÃO RIBEIRO” – filho legítimo de Manoel Ribeiro de Brito, natural de Poconé, província de mato Grosso. Nasceu em 1823, solteiro, altura 64 polegadas (1,63m), cabelos pretos e lisos, rosto comprido e claro, olhos pretos, barba pouca e preta. Assentou praça voluntariamente no Batalhão de Caçadores nº 12 da Província de Mato Grosso, com sede em Cuiabá, então, capital da Província.
IV - FATOS OCORRIDOS DE 1856 A 1861
4.0 – Origem das Colonias Militares
... “O Governo Imperial, ainda no começo do II Reinado, precisou voltar, à guarda e proteção de nossas fronteiras. Recorreu então à experiência deixada pelos velhos Baluartes ali outrora estabelecidos. A esses novos postos de guarda sem falar de outros similares, de fins policiais e punitivos, denominados presídios militares, deu-lhes o governo o nome de Colônias Militares.
O primeiro ato do governo brasileiro, a esse respeito veio pela lei Nº 555, de 15 de Junho de 1850 - a Lei Orçamentária do Império para o Exercício de 1850/1851.
Essa é a origem de nossas Colônias Militares.
4.1 – Criação da Colônia Militar dos Dourados
A primeira Colônia deste novo tipo, com destino certo, condizente com o nome, foi exatamente a Colônia dos Dourados. Foi criada por Decreto nº 1754, de 26 de Abril de 1856.
4.2 – Fundação da Colônia Militar dos Dourados
4.2.1 - Relatório da Fundação da Colônia em 10 Mai 1861:
4.2.2 - Passagem de Comando
Passado 6 meses da fundação, houve troca de comando na Colônia Militar dos Dourados em Novembro de 1861, ocasião em que o 2º comandante – o Ten José Maurício de Velasco Molina, sucedeu na direção da Colônia o seu fundador, o Alferes João Crisóstomo Moreira – designado para o comando-interino da Colônia Militar de Miranda.
5.0 – Incursão Paraguaia do Ten Pedro Pereyra
Duas horas esteve Pereyra na Colônia Militar dos Dourados, observando e inquirindo detidamente tudo quanto ali e nos arredores interessava a sua missão. Molina deu-lhe a ler as Instruções que serviram para a fundação da colônia. Disse-lhe Pereyra que estavam em território do Paraguai e o haviam de desocupar.
No mesmo dia prosseguiu Pereyra a marcha por cerca de 6 léguas e bivacou na cabeceira do Rio Belo. Apenas chegado ali, uma de suas guardas, deteu e lhe trouxe um homem a pé, armado de fuzil. Este lhe disse ser um chasque de Dourados com a parte de Molina para o Ten Cel Dias da Silva, em Nioaque, avisando dos acontecimentos.
O Tenente Pereyra, contudo, resolveu detê-lo, por precaução, durante a noite, e só lhe deu liberdade pela manhã do dia seguinte, 11 de fevereiro.
5.1 – Ação do Cmdo do Distrito Militar de Nioaque
O Ten Cel Dias da Silva – Cmt do Corpo de Cavalria do Mato Grosso – com sede em Nioaque, ao receber o comunicado do Ten Molina, despacha, imediatamente, uma avançada ao comando do Ten Antonio João Ribeiro, para deter a escalada do tenente paraguaio e fazer-lhe enérgico protesto.
5.2 – Protesto do Ten Antonio João no Forte de Bella Vista Norte – PY
“Protesto: Eu abaixo assinado, Tenente do Corpo de Cavalaria de Mato Grosso, comandante da força que seguiu até a margem do Rio Apa no trilho de uma partida de 60 a 70 paraguaios, mais ou menos, e dentre eles há um comandante que diz ser o Tenente Pedro Pereyra, a qual desconhecendo os Direitos das Gentes, ultrapassou muito os limites de sua República; passando sem licença do Governo Brasileiro pelas Colônias dos Dourados e Miranda, cometeu abuso de assim o ter praticado; e dito Tenente Pereyra teve a errante lembrança de intimar ao Tenente Comandante da Colônia dos Dourados de retirar-se o quanto antes daquele ponto, que maliciosamente julgou ser terreno paraguaio;
Destacamento de Bela Vista na margem do Rio Apa, 16 de fevereiro de 1862 - Antonio João Ribeiro.”
- Este pois, foi o protesto feito pelo Ten Antônio João Ribeiro ante a invasão do Ten paraguaio – Pedro Pereyra.
6.0 - O apresamento do Vapor Marquês de Olinda
As 22:00 h do dia 11 de novembro de 1864, chegava ao porto de Assunção o navio Marquês de Olinda, trazendo o Presidente da Província de Mato Grosso - Cel Eng Frederico Carneiro de Campos.
Instigado pelo Encarregado de negócios do Uruguai - Dr. José Vásques Sagastume, López manda aprisionar o navio.
Às 14:00 h do dia 12 de novembro de 1864, o “Marquês de Olinda” zarpou com destino a Corumbá. Eram 19:00 h daquele dia quando recebeu tiro de advertência. Às 22:00 h, estavam de volta à capital paraguaia.
No dia 26 de dezembro de 1864, o Ten Cel Francisco Izidoro Resquín com 3.285 homens, invade Mato Grosso por Bela Vista-MS e; o Cap Martín Urbieta com 365 homens pelas bandas da Colônia Militar dos Dourados.
6.2 - 27 de dezembro (02 dias antes do cerco)
Descambava o dia quando o soldado que fazia a ronda costumeira nas cercanias da colônia, retornara muito antes do tempo necessário ao cumprimento da missão. Informou ao Ten Antonio João que uma imponente tropa paraguaia, achava-se a dois dias da localidade; pondo-o ainda, a par de tudo que observara.
Antonio João mandou tocar uma chamada e reuniu a gente da colônia. Nessa fala ele expôs as circunstâncias em que se achava a colônia e a loucura da resistência e terminou dando a todos licença para a abandonarem.
Não desejando abandonar o posto, seu comandante permaneceu acordado por horas, matutando como proceder em ocasião tão drástica.
Preparou toda a documentação a ser remetida na manhã seguinte ao comando do Distrito Militar em Nioaque.
Teve a feliz idéia de enviar por um estafeta junto com aquela documentação, sua última manifestação de amor à Pátria, apreço e desprendimento, registrado no bilhete que o celebrizou.
6.3 – 28 de Dezembro (Véspera do ultimato)
Cedo ainda, todos prontos, reuniram-se para a triste despedida. Ao deixar o posto de comando Antonio João encontra sua guarnição formada: resolve ainda, dispensar a todos - só ele ficaria.
- Para que, perguntaram uns soldados?
- Para morrer, respondeu ele!
Toda a guarnição declarou que ficaria também. Tocado de emoção, o jovem tenente dá a conhecer a todos o bilhete endereçado ao Ten Cel Dias da Silva.
A seguir, certifica-se nominalmente, da presença dos 14 companheiros de infortúnio.
Designa um estafeta para aquela missão, devendo passar pela Colônia Militar de Miranda e alertar do ocorrido.
Todos os mais partiram: mulheres, crianças, velhos e até moços, em direção a Vila de Nioaque.
Retirada dos Colonos da área militar para o Destacamento de Nioaque
6.4 – 29 de Dezembro (a Epopéia)
Cedo Antonio João despacha um outro chasque para observar os movimentos da força paraguaia.
Enquanto isso, o comandante da coluna paraguaia - Cap Urbieta, em cumprimento da ordem contida nas Instruções de 13 de dezembro de 1864, que recebera do Ministro da Guerra paraguaio - Venâncio López. Cerca a colônia por volta das 13:00 h, ocasião que escutou uma curta chamada.
A seguir, manda o Ten Manoel Martínez intimar o comandante da praça a render-se.
O Ten Martínez autorizado a conduzir o ataque, acompanhado de seus homens, avança a uma distância de segurança e, escoltado por alguns homens desloca-se na direção do Ten Antonio João que, com dois homens, estaca à sua frente.
Ambos travam curto diálogo:
(Pergunta Martínez): - Quien eres usted?
(Responde Antonio João): - Sou o tenente Antonio João Ribeiro do Corpo de Cavalaria de Mato Grosso e comandante desta praça!
Quem é você e o que desejam?... entrando desta maneira em território brasileiro!
(Retruca Mrtínez): - Soy el teniente Manuel Martinez del ejercito paraguayo y, a mando de mi comandante, capitan ciudadano Martín Urbieta, lhes intimo a que se riendam y entreguem la plaza!
(Inquire Antonio João): - Acaso traz ordens do Governo Imperial para que eu me renda, ou, entregue a praça?
(Responde Martínez): - No! - pero trajemos 365 hombres para tomá-la bajo la fuerza de las armas!
(Retruca Antonio João): - Então meus senhores - para traz!... Não me renderei de maneira nenhuma.
Encerrado o diálogo, Martínez retira-se até sua vanguarda, de onde então, comanda o ataque. Pronto se trava o combate, caindo com as primeiras balas o tenente Antonio João e seus dois companheiros.
Do lado paraguaio, segundo Urbieta, foram feridos o Ten Benigno Dias e um soldado de Infantaria.
6.5 – 30 de Dezembro (Desfecho Final)
O estafeta mandado em 28 dezembro não chegou a Nioaque. Foi preso e morto pelos homens do Ten Cel Resquín que a 29 dezembro já havia ocupado a Colônia Militar de Miranda.
Só um homem dos Dourados escapara incólume - o chasque mandado em 29 dezembro observar os paraguaios. Embrenhou-se nas matas da colônia, e, por caminhos desenfiados, foi ter a Nioaque, relatando tudo que vira ao Ten Cel Dias da Silva.
VII - EPÍLOGO
- E assim, tomba bravamente o herói dos dourados – o Ten Antonio João Ribeiro.
“O mais autêntico dos mato-grossenses – porque nasceu e morreu na terra que o viu nascer”
(Ten Krugerson Mattos)
E que em 1980, por Decreto nº 85.097, de 29 de agosto, como homenagem pelo Exército, foi acertadamente escolhido para ser o Patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO).
Ontem, hoje, amanhã e sempre, ecoará nos campos dos Dourados as célebres palavras do seu bilhete:
“Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria”
(Ten Antonio João Ribeiro)
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