quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

BELA VISTA: do nascimento aos dias atuais


Segundo dados históricos Bela Vista teve início quando Gabriel Lopes, genro do então colonizador Antônio Gonçalves Barbosa, procedente da posse Boa Vista (vacaria), iniciou os alicerces da Fazenda Passatempo. Anos mais tarde, Gabriel Lopes veio a falecer, deixando a fazenda à sua mulher Dona Senhorinha Maria da Conceição Barbosa Lopes. Algum tempo depois, Maria da Conceição (Dona Senhorinha) contraía núpcias com seu cunhado, José Francisco Lopes – o guia Lopes – que, mais tarde, teve papel de grande relevância histórica para a região, ao assumir o encargo de guiar as tropas brasileiras contra o exército invasor do Marechal Solano Lopes na epopéia da Retirada da Laguna. Com o fim da Guerra do Paraguai, vários outros colonizadores dirigiram-se para esta região, destacando-se entre eles José Lemes da Silva "Bugre", que construiu a primeira residência na cidade. Mas foi após o ano de 1870, com a chegada de novos colonizadores, na maioria procedentes do Rio Grande do Sul e, dedicados à criação de gado e à agricultura, o começo do povoamento que deu origem à atual cidade de Bela Vista. Foi elevada a distrito em 1900, e a município só oito anos depois, em 3 de outubro de 1908 (verdadeira data do aniversário de Bela Vista); muito embora no dia 20 de julho, comemora-se a data em que foi elevada à categoria de cidade. O primeiro prefeito de Bela Vista foi Marinho Fernandes Tico, que administrou entre 6 de março de 1909 e 31 de dezembro de 1911.
Além das famílias Lopes e Barbosa, destacam-se também entre os primeiros moradores as famílias: Leite, Ferreira, Pedra, Loureiro, Escobar e Melo.
Bela Vista possui uma extensão territorial de quase cinco mil quilômetros quadrados, e temos no Rio Apa, a linha divisória com a vizinha Bella Vista Norte, no Paraguai. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de geografia e Estatística) a população bela-vistense atual é de 20.470 habitantes, o clima predominante é tropical e a vegetação de cerrado.
Região da Bodoquena

Bela Vista integra, assim como os municípios de jardim, Bodoquena, Bonito, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Caracol e Porto Murtinho, a região da Bodoquena, um dos principais pólos de ecoturismo do Mato Grosso do Sul e que tem Bonito como "carro chefe".

Uma região que tem, na verdade, um território privilegiado em recursos naturais. Seu potencial mineral também é considerável: calcário, granito e, também, o mármore.

Atrativos Turísticos

Apesar da cidade ainda não dispor de uma infraestrutura adequada para receber turistas, Bela Vista tem um grande potencial a ser explorado, como já fazem alguns municípios da região.

Entre os lugares a serem visitados podemos citar o Rio Apa, que serve de limite entre o Brasil e o Paraguai, além de ter sido palco da Retirada da Laguna. A prainha do Pompílio, a cachoeira do Itá, o Rio Cadiga, o Lago Azul, o Morro Margarida - local mais elevado do município e ponto estratégico da Retirada da Laguna e Ñandejára Puente.

Album: Krugerson Mattos

HISTORIADOR DISCORDA DA DATA DE ANIVERSÁRIO DA CIDADE

Asim como a prórpria história, a controversia também faz parte de todos os acontecimentos da vida humana e, Bela Vista não poderia ter ficado de fora. Apesar da data de comemoração do aniversário da cidade ser oficialmente em 20 de julho, o capitão aposentado do Exército e historiador, Krugerson Mattos, discorda desta versão. Mineiro de nascimento e bela-vistense de coração, ele já vasculhou a história da cidade e afirma que ao contrário do que é contado, Bela Vista foi elevada a cidade em 16 de julho de 1918 e não em 20 de julho, data em que é comemorada atualmente. "Estudei passo a passo toda a história de Bela Vista e tenho absoluta certeza de que a data de aniversário está errada", diz ele.

Mattos veio para Bela Vista em virtude da transferência de seu irmão, Capitão Robinson, do Rio de Janeiro-RJ para Bela Vista e que incentivou-o a seguir carreira no Exército. Ele conta que nunca havia se interessado por história até começar a escutar contos, conversas e "causos" contados no quartel por militares moradores da cidade. Um dos seus maiores orgulhos, além de ser reconhecido como historiador, é ter recebido o título de cidadão bela-vistense.

Os primeiros habitantes vieram através de uma expedição saída de São Paulo com destino a Mato Grosso-MT, passando por Santana do Paranaiba. Se fosse nos dias de hoje, a chegada seria por Rio Brilhante e Nioaque.

A ocupação na época era incentivada pelo Governo Imperial. O Barão de Antonina, senador à época, foi quem patrocinou esta expedição.

Os Lopes e os Barbosa, foram as duas primeiras famílias a habitar a cidade.

A primeira fazenda de Bela Vista, pertencente aos Barbosa, situava-se na região da Água Amarela e chamava-se Arroio de Ouro. Anos depois, após a Guerra do Paraguai ( outubro de 1864 a maio de 1870), a fazenda foi dividida para presentear a filha da proprietária - Isabel Porcina, quando de seu casamento com Clemente Barbosa, que foi chefe político em Bela Vista.

NOTA: a presente postagem é uma transcrição (com correção) da matéria publicada na edição nº 2, de dezembro de 2003, da Revista Tereré.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

CICLOVIA SEGURANÇA ALIADA AO TURISMO


Ciclovia em Bela Vista

O primeiro projeto turístico a ser realizado em nossa cidade e que ajudará, inclusive, a resolver um problema sério de segurança das nossas duas principais vias de acesso: Rua Barão do Ladário (a partir do cruzamento com a Duque de Caxias até a entrada da cidade, onde fica o “Receptivo Turístico – Ueze Zahran”) e a avenida Teodoro Sativa (que integra a BR-060, que liga as capitais Brasília e Assunção); será mesmo uma ciclovia para maior segurança dos pedestres e ciclistas que utilizam estas vias de trânsito do município.

A ciclovia enquadra-se perfeitamente nas atribuições previstas nos artigos 21 e 24 do atual Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997/atualizada pela Lei nº 9.602, de 21 de janeiro de 1998). Sua implantação contribuirá para diminuir em até 80% o índice elevado de acidentes que por alí vêm ocorrendo nos últimos anos.
É hora de darmos um basta! Comecemos o ano de 2003 fazendo algo por nós mesmos!

Ocupei a tribuna da Câmara Municipal de Bela Vista no final do exercício do ano de 2002, conforme noticiou o Jornal Tribuna da fronteira, Ed. 2251, de 5 de dezembro de 2002. Na ocasião eu distribuí uma cópia do projeto da ciclovia a cada vereador presente à sessão, recebendo o apoio unânime dos integrantes daquela “Casa de Leis”.

No dia seguinte, estive em reunião com o Exmo Sr. prefeito municipal Dr.Geraldo Pinheiro Murano e assessores, entre os quais os senhores Daute Pereira e Célio, para tratar de turismo. Presente naquela ocasião o Intendente (prefeito) da co-irmã Bella Vista Norte Paraguai, Doutor Rigoberto. Na oportunidade expus ao chefe do executivo o assunto tratado na Câmara Municipal. O prefeito Geraldo Murano gostou do meu projeto e determinou a seus assessores que viabilizassem a implantação da ciclovia.

O Sr. Daute Pereira (assessor de turismo da prefeitura) me acompanhou até o Departamento Municipal de Trânsito, chefiado pelo Sr. Isaac, a quem expus o projeto. Posteriormente procurei também o chefe do Departamento de Obras Municipais, Sr. Afonso Palmegiane, inteirando-o do projeto. O secretário de Obras comprometeu-se a dar início à ciclovia no mês de janeiro de 2003, quando também solicitaria minha presença para que a obra fosse melhor realizada. O projeto total das ciclovias prevê um percurso de até 30 Km de extensão, divididas em 4 ou 5 etapas intituladas “Linhas de Ciclovias”. A primeira etapa designada “Linha Verde” (ciclovia base), de onde derivarão ciclovias secundárias: “Linha Amarela” – “Linha Azul” - “Linha Roxa”, etc...

OBRA PODERÁ SERVIR TAMBÉM PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NA CIDADE

Uma idéia que, além de aumentar a segurança de quem anda de bicicleta nas principais ruas da cidade, poderá, tembém, ajudar no desenvolvimento do turismo em Bela Vista. Pensando nisso o militar aposentado e historiador Krugerson Mattos, apresentou e sugeriu recentemente, aos vereadores bela-vistenses e ao prefeito Geraldo Murano (PDT), o projeto da construção de uma ciclovia na cidade.
Foto Josiane Canovas
A idéia de uma via exclusiva para ciclistas e uso de pessoas que fazem caminhadas regularmente, surgiu após o acontecimento trágico ocorrido no último dia 17 de novembro do ano passado, em que a menina Bruna Freitas Florenciano, de 12 anos morreu atropelada por um carro na saída da cidade. “Eu estava chegando a Bela Vista minutos após o acidente e fiquei ainda mais indignado com aquele acontecimento”, conta. “Mas não podemos ficar de braços cruzados. Agora precisamos fazer alguma coisa para evitar que uma tragédia se repita com outras pessoas. É grande o número de ciclistas na cidade, assim como também é enorme a falta de segurança para eles”, completa.
E Mattos não esperou muito tempo, foi rápido e já fez sua parte. Elaborou todo o projeto, inclusive com mapa de todo o percurso. Em seguida o apresentou aos vereadores do município e ao prefeito Geraldo Murano. “Primeiro fiz a apresentação do projeto durante um pronunciamento na Câmara Municipal, porque é lá que se encontram os nossos representantes; e em seguida procurei o prefeito”.
A Ciclovia ou "Linha Verde", como Krugerson Mattos gosta de definir seu projeto, seria uma obra simples, fácil e bem econômica, segundo suas próprias palavras. “Grande parte do percurso, que têm cerca de 5 quilômetros, necessita apenas de uma demarcação correta no asfalto identificando e disponibilizando para a ciclovia”, afirma. “A construção de uma terceira faixa é necessária só no trecho que começa no cruzamento das ruas Fernando Fernandes Leite com Barão do Ladário, após o último quebra-molas da cidade. Essa faixa teria que ir até o trevo e de lá continuar pela Av Teodoro Sativa, onde terminaria próximo ao início da canalização do rio Ca-í. O resto do percurso é simples”, explica.
A ciclovia começaria em frente a Prefeitura no sentido avenida Duque de Caxias, onde viraria para a direita até a esquina do quartel do 10º RC Mec e seguiria no mesmo sentido até o estádio Otávio Fontoura. De lá desceria para a rua Barão do Ladário e pegaria a esquerda desta até o trevo na saída da cidade, onde faria o contorno e retornaria pela Avenida Teodoro Sativa até pegar novamente a Duque de Caxias e encerrar o percurso no campo de pólo.

Pontos turísticos

Entre os 22 pontos turísticos enumerados por Krugerson Mattos, e que poderiam ser conhecidos e apreciados durante o percurso da ciclovia, constam os prédios da prefeitura, do antigo Colégio dos Padres, a Igreja Santo Afonso, o quartel do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, o campo de pólo, um carro de combate da 2ª Guerra Mundial, Receptivo Turístico e Nhandipá. “Bela Vista tem um potencial turístico incrível principalmente em se tratando de turismo histórico. Mas, infelizmente, é muito pouco explorado”, analisa Mattos.
NOTA: a presente postagem é uma transcrição da matéria publicada na edição nº 3, de janeiro de 2003, da Revista Tereré.